domingo, 18 de outubro de 2009

EDUCAÇÃO: CONCEPÇÃO PESSOAL

EDUCAÇÃO: CONCEPÇÃO PESSOAL


Já vai longe aquela manhã, em que aos sete anos, saí de casa no bairro Chácara das Pedras e dirigi-me, levado pelas mãos de minha mãe, para o Grupo Escolar Mon. Senhor Leopoldo Hoffmann, onde minutos depois, já dentro de minha primeira sala de aula, estaria entrando para o mundo dos estudos, dos conhecimentos e de onde extrairia a bagagem que me acompanha em viagens rumo ao futuro de minha existência. Passou-se de lá, mais de quarenta e seis anos e hoje, como aluno do terceiro nível da graduação, do curso de Pedagogia, da PUCRS, sinto em muitos momentos, a mesma emoção e expectativa frente ao novo, que me tomaram naqueles tempos. Creio que minha visão sobre o tema, transformou-se muito e a compreensão de seu contexto em nossas vidas, criaram formas objetivas e concretas, levando-me a refletir sobre os caminhos que trilhei dentro do processo educacional.
De modo muito particular, penso que todos os prós e os contras, atrelam-se ao desenvolvimento político, verdadeiro articulador desse processo. O Brasil vive um momento de turbulências, instabilidades e desconfiança no que se refere aos seus rumos políticos e isso faz reflexo em todos os campos sociais, principalmente aos relacionados às áreas da Educação, Saúde, Segurança e Economia. Na Educação, temos notado ao longo dos anos um absoluto descaso e despreparo por parte daqueles a quem foi dada a incumbência de sua administração, seja por incompetência, desinteresse e (ou) até mesmo desonestidade no trato com as coisas públicas. Os tecnocratas preocupam-se mais em mostrar números às entidades internacionais, como FMI, por exemplo, a se deterem em nossas reais necessidades, deixando de lado questões relevantes, como capacitação, preparo ao mercado de trabalho, condições para o exercício da profissão e remunerações justas e adequadas. Aos professores cabem as culpas, os ranços de pais desinformados e stressados por seus problemas pessoais e profissionais, sendo que os méritos de uma condução adequada, ao existirem, são tratados como uma espécie de obrigação destes, sem considerar a dificuldade em propor esta Educação, por inexistência de condições e ferramentas adequadas ao seu melhor desempenho.
Os governos, em todos seus níveis, Municipal, Estadual e Federal, uns mais, outros menos, criam propostas, projetos, utilizam seus recursos em favor do que defendem, porém o fazem, na relação com a Educação, de uma maneira autoritária, sem consultas prévias a entidades, ou pessoas ligadas a esta área, criando assim um espaço discrepante nessa formatação. Houvesse um critério rígido e positivo na construção dos saberes de crianças que anseiam e põem em nossas mãos, seus futuros, suas vidas. Inocentes e esperançosos de que possamos colocar diante delas, um mundo melhor, com justiça, oportunidades e nivelamentos que permitam a integração das minorias com o ensino e mercado de trabalho, depositam em nós as realizações de seus sonhos.
Concluindo, acredito que a saúde da Educação está em mãos de curandeiros, enquanto sua cura depende do trabalho de especialistas, cirurgiões, mãos hábeis no sentido de extrair todo um organismo comprometido, necrosado estruturalmente e substituí-los por outros com maior poder de mobilidade e relação com os mecanismos e ferramentas favoráveis a uma nova concepção de Educação. Uma que coloque o ser humano realmente em primeiro lugar, porque se numa comunidade, atuam em conjunto, pais, professores, alunos, funcionários, moradores, comerciantes, enfim, todo o membro desta comunidade, interagindo de forma positiva nessa arquitetura; certamente,muitas situações se transformariam em soluções, práticas e baratas, soluções definitivas.
Cabe aos governos promover esta integração social e administrá-la de modo que esta cumpra suas exigências e seus propósitos. Não entrei aqui, no mérito das responsabilidades que após esta reestruturação de base poderia vir a ofertar, mas sei que abrindo um novo espaço, este prontamente se preencheria de novas funções e buscas a caminhos que nos levem ao objetivo maior que sempre será o bem estar e a construção de um mundo melhor para todas as crianças e não para apenas algumas melhores favorecidas.
Aquele menino daquela manhã, hoje um homem de meia idade, são a mesma pessoa e a Educação parece ser a mesma daqueles tempos. Mas e toda a tecnologia que proporcionou esta gigantesca transformação que este tempo testemunhou, de quem ela esta a serviço. De que adianta o computador para aprendermos a tabuada, a fazer continhas e decorar o ABC, será essa a verdadeira evolução ?


TURMA 127
JORGE ANTONIO MANSUR SAPAG

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